terça-feira, 15 de setembro de 2009

Disney disponibiliza nova ferramenta de audiodescrição

Disney acaba de lançar um novo aparelho para pessoas com deficiência visual.

Audio Description – ou DURATEQ – é o novo aparelho desenvolvido pela Disney, HP e Softeq para os seus visitantes comdeficiência visual. Essa nova ferramenta foi desenvolvida com o objetivo de possibilitar que os visitantes com problema de visão possam desfrutar das mais famosas atrações da Disney como Haunted Mansion ou Pirates of the Caribbean, por meio de ricas narrações descritivas.

A sincronização de tais descrições também só é possível graças a uma tecnologia de localização e sincronização – patenteada pela própria Disney – e que possibilita a troca de informações do aparelho com uma série de dispositivos dispostos ao longo dos quatro parques temáticos existentes no Walt Disney World Resort. Os sinais são captados pelo aparelho que automaticamente faz a sincronia da narração. Observe-se que a narração do aparelho é totalmente diferente daquela já existente para a atração, muito mais rica em detalhes, exatamente com o objetivo de transmitir ao visitante aspectos que apenas aqueles com boa visão poderiam até então desfrutar.

Curiosidade: A colaboração entre a HP e a Disney vem de longa data, desde 1938 quando os fundadores da HP: Bill Hewlett e Dave Packard disponibilizaram o equipamento utilizado pela Disney para acrescentar o efeito “surround” no filme Fantasia.

Destaque-se que também já era oferecido aos visitantes com deficiências visuais, outros aportes como: mapas dos parques em braile e também um Walkman onde o usuário pode escolher para que funcione como um “audio guide”, mais semelhante a um guia; ou, como um “audio tour”, esse sim mais descritivo, com informações sobre as atrações. Todavia, é de se imaginar que tais dispositivos caiam em desuso com o advento desta nova tecnologia, ou seja, o Audio Description.

Muito bom ver que em alguns lugares do mundo já entenderam que as pessoas com deficiência podem, querem e precisam ter acesso ao lazer!

Abrindo a Janela da Audiodescrição na Televisão Digital

Por Phill Cain phil@headstar.com

A Televisão Digital pode proporcionar programação com descrição áudio, realidade que estará largamente ultrapassada nos próximos anos, uma inovação bem-vinda para os deficientes visuais. A audiodescrição baseia-se na emissão de um canal de som novo com descrições verbais de elementos visuais dos programas de televisão, engrandecendo muito a experiência das pessoas cegas.

No entanto, a transição não será fácil, gerando acessibilidades com novos potenciais como o aparecimento de tipos diferentes de "set-top boxes" e de aparelhos de televisão digitais diferentes, oferecendo uma variedade de meios mais ou menos acessíveis, para descodificar os canais digitais quando são transmitidos.

Em alguns países, a televisão analógica tradicional tem sido utilizada para transmitir audiodescrição desde 1983, quando o operador estatal japonês NTV começou a emitir programas audiodescritos em horário não nobre. Subsequentemente, a televisão da Catalunha em Espanha transmite ocasionalmente emissões com audiodescrição no seu canal aberto desde os finais dos anos 80.

Considerações sérias a respeito da audiodescrição na Europa tiveram que esperar até à realização de um estudo financiado pela Comissão Européia a que se chamou de Auditel. Mas enquanto a Europa ponderava, o operador público de Boston WGBH já produzia 10 horas diárias de áudio-descrição - ver http://main.wgbh.org/wgbh/access/dvs/

A WGBH foi possível graças a uma rede de cabo analógica há muito estabelecida: cada canal de televisão tem um segundo canal áudio, que, apesar de não ser de alta-fidelidade, pode ser utilizado para suportar a audiodescrição. Através do serviço da rede o canal é visto por cerca de 50% das casas americanas.

No Reino Unido e na maioria dos países europeus não existiam as infra-estruturas necessárias à emissão em multicanal, e a primeira onda dos serviços de satélite analógicos também não têm um segundo canal. Consequentemente, a emissão de uma audiodescrição total teve de esperar pelo advento da televisão digital.

Na preparação da era digital, em 1998 a Comissão Independente de Televisão do Reino Unido traçou linhas mestras para os operadores comerciais sobre a percentagem de programas na Televisão Digital Terrestre que deveriam conter audiodescrição. Dentro de 10 anos, afirmou a Comissão, 10% dos programas devem cumprir esta recomendação, com uma percentagem mais baixa no período de transição. A BBC, que se regula a si própria, concordou admitir quotas semelhantes.

Em Junho deste ano a BSkyB, a maior companhia de televisão digital do Reino Unido, lançou um canal com audiodescrição da sua programação. A recente adesão da SKY ao código ITC (ver o boletim E-Access de Junho de 2001) significou que a maioria das campanhas sobre acesso têm de forma geral sido satisfatórios, uma vez que a maioria dos operadores do Reino Unido tem cumprido as suas quotas. No entanto, outros problemas de acesso mantêm-se.

Inicialmente, o maior problema era o fato da primeira geração de "set-top boxes" não ter sido concebida para captar a audiodescrição. Apesar das "set-top boxes" adaptadas ou novas serem concebidas para suportarem a pista de áudio, ainda não permitem uma navegação fácil através das centenas de canais oferecidos.

Isso significa que os deficientes visuais perdem com frequência nas emissões de televisão os programas com audiodescrição. A complexidade de horários da televisão digital é mostrada sob a forma de um guia de programação no monitor (EPG).

BSkyB tem desenvolvido esforços para ultrapassar este problema distribuindo os seus horários por correio eletrônico, mas esta solução é encarada como provisória por muitos. Para subscrever envie uma mensagem em branco para: diginews-epg-subscribe2yahoogroups.com

Os promotores do acesso esperam que uma solução mais satisfatória esteja a caminho, com a introdução de "set-top boxes" operadas por software. O RNIB está a trabalhar com a Sony e a NOKIA para os ajudar a desenvolver os sistemas operativos que aparecerão na próxima geração de "Set-Top Boxes". Pelo fato dos sistemas serem baseados principalmente em software e não em hardware, existe a esperança de que os problemas de acesso sejam resolvidos continuamente à medida que forem identificados.

A "Set-Top Box" da NOKIA com o Linux, chamada de "MediaTerminal" será lançada na Suécia no fim desta Primavera e chegará ao Reino Unido no próximo ano. Promete meios para ver e armazenar televisão digital, rádio juntamente com um acesso total à Internet. Pelo fato do seu sistema operativo Linux ser totalmente aberto, tais desenvolvimentos podem ser feitos por terceiros.

Mas tal tecnologia avançada não deverá ser barata. A caixa da NOKIA deverá custar mais ou menos 400 libras; e se o mercado de televisão e de tecnologia informática convergirem como esperamos, o software acessível, que funciona realmente, aparecerá como um prêmio.

Carta da 41a Edição do Festival Internacional de Londrina FILO 2009


Considerando:

As Resoluções da Oficina Nacional de Indicação de Políticas Públicas Culturais para a Inclusão de Pessoas com Deficiência, organizada pelo Ministério da Cultura em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz – Fiocruz, ocorrida em outubro de 2008 na cidade do Rio de Janeiro;

A assinatura do Decreto Legislativo nº 186/08 que ratificou com equivalência constitucional a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência aprovada pela Organização das Nações Unidas (ONU) no ano de 2006;

Afirmamos que:

É inadmissível que os governos em todas as suas instâncias não cumpram as normas constitucionais já estabelecidas no Decreto acima citado, impedindo que milhões de pessoas exerçam seu direito de participar da vida cultural e artística de suas comunidades.

É inaceitável a utilização de recursos públicos nos âmbitos municipal, estadual, federal e do Distrito Federal para fins de financiamento de projetos e ações artísticas que não contemplem, obrigatoriamente, medidas de acessibilidade, contribuindo, dessa forma, para a manutenção de uma cultura de exclusão em relação a pessoas com deficiência.

Há necessidade de que artistas e criadores(as) com quaisquer deficiências tenham o direito de contribuir com sua arte para o bem comum em igualdade de oportunidades com artistas e criadores sem deficiência na participação de concursos, editais e festivais.

Assim, convictos da viabilidade e do sucesso de público e de crítica da qualidade artística apresentada na 41ª edição do evento, os(as) signatários(as) da Carta do Festival Internacional de Londrina – Filo 2009 reconhecem que:

1) Apenas por meio da adoção imediata de medidas de acessibilidade em todas as manifestações artísticas e culturais, em espaços públicos e de uso coletivo, haverá a democratização e a difusão da cultura.

2) A partir da iniciativa do Filo 2009, é urgente que outros eventos artísticos exercitem imediatamente a prática de uma cultura inclusiva multiplicando as medidas de acessibilidade já conhecidas e investindo na busca de novas soluções que combatam todas as formas de discriminação em relação a pessoas com deficiência.

Londrina, 11 de junho de 2009.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Esta no ar mais uma edição do Festival Assim Vivemos. Com uma seleção de 24 filmes de 13 países (Argentina, Armênia, Bielorrússia, Brasil, Canadá, Coréia do Sul, EUA, França, Israel, Noruega, Polônia, Reino Unido e Rússia), o Assim Vivemos traça um belo panorama multicultural, enriquecendo o debate sobre o tema das pessoas com deficiência.

Na programação deste ano, predominam filmes centrados nos indivíduos: em suas subjetividades, sentimentos, ideias, conflitos familiares e dramas pessoais; refletindo uma tendência do documentário e da produção artística em todo o mundo.

O filme "Sentidos à flor da pele", um dos filmes da programação Assim Vivemos 2009 teve o roteiro da audiodescrição escrito pela Midiace.

Para mais informações, acesse o site www.assimvivemos.com.br

domingo, 12 de julho de 2009

Lançado o dvd O Signo da Cidade



O dvd inclui os recursos de audiodescrição para cegos e legendagem para surdos. Ambos os trabalhos foram realizados pelos fundadores da Midiace, Rodrigo Campos, Leise Abreu, Cíntia Araújo e Renise Santos.




sexta-feira, 3 de julho de 2009

terça-feira, 30 de junho de 2009

Audiodescrição em Portugal

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RTP, SIC e TVI obrigadas a reforçar transmissão para deficientes

RTP, SIC e TVI terão de ter, a partir de quarta-feira, uma hora e meia de programas com audiodescrição, medida imposta pela Entidade Reguladora para permitir o acompanhamento das emissões por deficientes.

O plano plurianual da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC), que define um conjunto de obrigações que permitam o acompanhamento das emissões por pessoas com necessidades especiais, entra em vigor esta quarta-feira e está segmentado em dois períodos: de 1º de Julho de 2009 a 31 de Dezembro de 2010 e de 1 de Janeiro de 2011 a 31 de Dezembro de 2012.

Numa primeira fase, os canais generalistas de acesso livre devem garantir, entre às 8h e às 2h, oito horas semanais de programas de ficção ou documentários com legendagem destinada a pessoas com deficiência auditiva.

A garantia de três horas por semana de programas de informação com interpretação em linguagem gestual e a interpretação integral, com periodicidade semanal, de um noticiário da noite, é outra das obrigações a que os canais estão sujeitos.

As três televisões devem ainda assegurar uma hora e meia de programas de ficção ou documentários com áudio-descrição.

Os canais têm também de garantir a locução em português de peças inseridas nos noticiários que contenham excertos falados em línguas estrangeiras.

Além das obrigações fixadas pela ERC, os canais que difundam mensagens do Presidente da República, do primeiro-ministro e do Presidente da Assembléia da República, bem como comunicações da Proteção Civil, devem assegurar legendagem e interpretação por língua gestual das mesmas.

A RTP tem ainda obrigações reforçadas pelo contrato de concessão do serviço público de televisão.

O plano prevê também obrigações para os canais de informação em televisão por subscrição, obrigando a SIC Notícias, a RTPN e a TVI24 a emitir, entre às 19h e à meia-noite, duas horas por semana de programas de informação com tradução em linguagem gestual, incluindo, um noticiário por semana.

Para a Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal (ACAPO), parceira da ERC na elaboração do documento, o plano é «bastante insuficiente, apesar de melhorado».

Apesar de considerar que o «plano é bom para os deficientes auditivos», a vice-presidente da ACAPO, Mariana Rocha, admitiu à Lusa que o projeto é «muito fraco para os deficientes visuais».

«As boxes [caixas decodificadoras para a televisão por cabo]para aceder a canais pagos são inacessíveis a deficientes visuais. Podemos ter programas acessíveis, mas não conseguimos acessar aos canais», lembrou Mariana Rocha, defendendo que «a acessibilidade não se limita aos programas de televisão, mas também às boxes e aos telecomandos. Não conseguimos acessar aos menus. Carregamos nos botões, mas não sabemos o que acontece nas telas», explicou.

Em Fevereiro, a associação pronunciou-se desfavoravelmente em relação a uma primeira versão do documento, «que propunha uma hora de áudio-descrição e não previa locução em português, só aconselhava».

Todas estas obrigações impostas pela ERC a partir de quarta-feira terão de ser reforçadas pelas estações de acesso livre a partir de 1º de Janeiro de 2011, altura em que é dado início à segunda fase do plano.

Lusa / SOL

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sexta-feira, 26 de junho de 2009

MIDIACE NO CINE 14 BIS EM GUAXUPÉ/MG


Pelo segundo ano consecutivo a Midiace leva a Guaxupé/MG um de seus trabalhos audiodescritos. Nesta sexta-feira - 25/06 - às 19h, será exibido o filme Ensaio sobre a Cegueira, do diretor Fernando Meirelles, na versão audiodescrita. Outras informações sobre a sessão podem ser conseguidas pelo telefone (35)3559-1019, falar com Beto Cruvinel.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Legislação Brasileira Acerca da Audiodescrição

LEI No 10.098, DE 19 DE DEZEMBRO DE 2000.

Art. 17. O Poder Público promoverá a eliminação de barreiras na comunicação e estabelecerá mecanismos e alternativas técnicas que tornem acessíveis os sistemas de comunicação e sinalização às pessoas portadoras de deficiência sensorial e com dificuldade de comunicação, para garantir-lhes o direito de acesso à informação, à comunicação, ao trabalho, à educação, ao transporte, à cultura, ao esporte e ao lazer.
Art. 19. Os serviços de radiodifusão sonora e de sons e imagens adotarão plano de medidas técnicas com o objetivo de permitir o uso da linguagem de sinais ou outra subtitulação, para garantir o direito de acesso à informação às pessoas portadoras de deficiência auditiva, na forma e no prazo previstos em regulamento

DECRETO Nº 5.296 - DE 2 DE DEZEMBRO DE 2004 - DOU DE 3/12/2004

Art. 8o Para os fins de acessibilidade, considera-se:
II - barreiras: qualquer entrave ou obstáculo que limite ou impeça o acesso, a liberdade de movimento, a circulação com segurança e a possibilidade de as pessoas se comunicarem ou terem acesso à informação, classificadas em:
d) barreiras nas comunicações e informações: qualquer entrave ou obstáculo que dificulte ou impossibilite a expressão ou o recebimento de mensagens por intermédio dos dispositivos, meios ou sistemas de comunicação, sejam ou não de massa, bem como aqueles que dificultem ou impossibilitem o acesso à informação.
Art. 53. A ANATEL regulamentará, no prazo de doze meses a contar da data de publicação deste Decreto, os procedimentos a serem observados para implementação do plano de medidas técnicas previsto no art. 19 da Lei no 10.098, de 2000.
§ 2o A regulamentação de que trata o caput deverá prever a utilização, entre outros, dos seguintes sistemas de reprodução das mensagens veiculadas para as pessoas portadoras de deficiência auditiva e visual:
III - a descrição e narração em voz de cenas e imagens

DECRETO Nº 5.645, DE 28 DE DEZEMBRO DE 2005

Art. 1o O art. 53 do Decreto no 5.296, de 2 de dezembro de 2004, passa a vigorar com a seguinte redação:
"Art. 53. Os procedimentos a serem observados para implementação do plano de medidas técnicas previstos no art. 19 da Lei no 10.098, de 2000, serão regulamentados, em norma complementar, pelo Ministério das Comunicações.
§ 3o A Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência - CORDE da Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República assistirá o Ministério das Comunicações no procedimento de que trata o § 1o." (NR)
Art. 2o A norma complementar de que trata o art. 53 do Decreto no 5.296, de 2004, deve ser expedida no prazo de cento e vinte dias a contar da data de publicação deste Decreto.

PORTARIA Nº 310, DE 27 DE JUNHO DE 2006

Art. 1º Aprovar a Norma Complementar nº 01/2006 – Recursos de acessibilidade, para pessoas com deficiência, na programação veiculada nos serviços de radiodifusão de sons e imagens e de retransmissão de televisão. Para os efeitos desta Norma, devem ser consideradas as seguintes definições:
3.3. Áudio-descrição: corresponde a uma locução, em língua portuguesa, sobreposta ao som original do programa, destinada a descrever imagens, sons, textos e demais informações que não poderiam ser percebidos ou compreendidos por pessoas com deficiência visual.
PRAZOS
7.1. Os recursos de acessibilidade objeto desta Norma deverão ser veiculados na programação exibida pelas pessoas jurídicas que detenham concessão para explorar o serviço de radiodifusão de sons e imagens e pelas pessoas jurídicas que detenham permissão ou autorização para explorar o serviço de retransmissão de televisão, ancilar ao serviço de radiodifusão de sons e imagens, de acordo com o seguinte cronograma:
a) no mínimo, uma hora, na programação veiculada no horário compreendido entre 8 (oito) e 14 (quatorze) horas, e uma hora na programação veiculada no horário compreendido entre 20 (vinte) e 2 (duas) horas, dentro do prazo de 24 (vinte e quatro) meses, contado a partir da data de publicação desta Norma;

PORTARIA Nº 403, DE 27 DE JUNHO DE 2008

Art. 1º Suspender a aplicação do subitem 7.1 da Norma Complementar no 01/2006, aprovada pela Portaria no 310, de 27 de junho de 2006, no que se refere à obrigatoriedade de veiculação na programação exibida pelas exploradoras do serviço de radiodifusão de sons e imagens e do serviço de retransmissão de televisão do recurso de acessibilidade de que trata o subitem 3.3 da mesma Norma.
Art. 2 º O Ministério das Comunicações, no prazo de trinta dias contado da data de publicação desta Portaria, expedirá ato estabelecendo cronograma para a veiculação na programação exibida pelas emissoras de televisão e de retransmissão de televisão do recurso de acessibilidade a que se refere o art. 1 º.

Portaria N.º 466, de 30 de julho 2008

O MINISTRO DE ESTADO DAS COMUNICAÇÕES, no uso das atribuições que lhe confere o art. 87, parágrafo único, incisos II e IV, da Constituição, Considerando que a Lei no 10.098, de 19 de dezembro de 2000, incumbe ao Poder Público promover a eliminação de barreiras na comunicação e estabelecer mecanismos e alternativas técnicas que tornem acessíveis os sistemas de comunicação às pessoas com deficiência sensorial e com dificuldade de comunicação para garantir-lhes o direito, entre outros, de acesso à informação, à comunicação, à cultura, e ao lazer.
Considerando que o Decreto no 5.296, de 2 de dezembro de 2004, que regulamenta a mencionada Lei, alterado pelo Decreto no 5.645, de 28 de dezembro de 2005, estabeleceu a competência do Ministério das Comunicações para dispor, em Norma Complementar, acerca dos procedimentos para a implementação dos mecanismos e alternativas técnicas acima referenciados, determinando que esses procedimentos deveriam prever a utilização de subtitulação por meio de legenda oculta, janela com intérprete de LIBRAS e a descrição e narração em voz de cenas e imagens,
Considerando que, além de investimentos, a implementação desses recursos de acessibilidade pelas exploradoras de serviços de radiodifusão de sons e imagens, nos termos do cronograma constante da Norma no 001/2006, aprovada pela Portaria no 310, de 27 de junho de 2006, requer mão-de-obra especializada em quantidade suficiente para atender a demanda do setor,
Considerando o requerimento apresentado pela Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão - ABERT em que notícia ser a quantidade de profissionais especializados na produção do recurso de áudio-descrição, existente atualmente no mercado nacional, insuficiente para atender, nos termos do cronograma supracitado, a demanda do setor de radiodifusão de sons e imagens, e
Considerando ainda que, na busca de solução para a questão apresentada, o Ministério das Comunicações, em 23 de julho do corrente ano, promoveu reunião com representantes do setor de radiodifusão, do setor de produção de áudio-descrição, do Comitê Brasileiro de Acessibilidade e da União Brasileira de Cegos na qual obteve a garantia, dos representantes do setor de produção de audiodescrição e do representante do Comitê Brasileiro de Acessibilidade e da União Brasileira de Cegos, de que a demanda requerida pelo setor de radiodifusão poderia ser atendida dentro do prazo de três meses com a formação de, aproximadamente, cento e sessenta profissionais com a qualificação exigida para a produção de áudio-descrição, resolve:
Art. 1o Conceder o prazo de noventa dias, contado da data de publicação desta Portaria, para que as exploradoras de serviço de radiodifusão de sons e imagens e de serviço de retransmissão de televisão (RTV) passem a veicular, na programação por elas exibidas, o recurso de acessibilidade de que trata o subitem 3.3 da Norma Complementar no 01/2006, aprovada pela Portaria no 310, de 27 de junho de 2006, ficando mantidas as demais condições estabelecidas no subitem 7.1 da mesma Norma.

PORTARIA Nº 661, DE 14 DE OUTUBRO DE 2008

O MINISTRO DE ESTADO DAS COMUNICAÇÕES, no uso das atribuições que lhe confere o art. 87, parágrafo único, incisos II e IV, da Constituição, o Decreto nº 5.296, de 2 de dezembro de 2004, alterado pelo Decreto nº 5.645, de 28 de dezembro de 2005, e considerando o disposto nos autos do processo administrativo no 53000.022381/2008-18, em especial o Relatório Técnico de fls. 97/100 e o PARECER/MC/CONJUR/MBH/Nº 2374-1.01/2008, resolve:
Art. 1º Submeter a comentários públicos temas relativos à promoção da acessibilidade através da áudio-descrição no serviço de radiodifusão de sons e imagens e serviço de retransmissão de televisão.
Parágrafo único. Pretende-se obter contribuições fundamentadas sobre tais temas apresentados sob a forma de questionamentos, que constam do Anexo a esta Portaria, disponível no endereço http://www.mc.gov.br, contemplando os aspectos ali mencionados.
Art. 2º Os comentários e sugestões, em língua portuguesa, devidamente identificados, e que serão de domínio público, deverão ser encaminhados preferencialmente por meio de formulário eletrônico, disponível no endereço: http://www.mc.gov.br, até às 23h59min do dia 31 de janeiro de 2009.
Parágrafo único. As manifestações encaminhadas por carta devem ser dirigidas ao Ministério das Comunicações, no endereço a seguir indicado, até às 18h do dia 30 de janeiro de 2009.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Sessão Especial Cine Grandes Curtas!

A sexta-feira trará dois trabalhos imperdíveis apresentados como mostra

Na sexta-feira - 20/06 - o Cine Grandes Curtas apresenta uma sessão muito especial. Serão exibidos, a partir das 20h, como mostra, duas obras audiodescritivas: ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA (BLINDNESS) e O SIGNO DA CIDADE, ambos de 2008 e com uma peculiaridade: foram produzidos no formato audiodescrito, cuja riqueza na narração e na legenda permitem a inclusão de pessoas que não dispõem de todos os sentidos.


ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA é a adaptação da obra do laureado escritor português José Saramago (Prêmio Nobel de Literatura - 1998), com direção de Fernando Meirelles, de CIDADE DE DEUS (2002) e O FIEL JARDINEIRO (2005). No elenco, grandes nomes, tais como: Julianne Moore, Danny Glover , Mark Ruffalo e Gael Garcia Bernal. A sessão será prestigiada por alunos da Escola Louis Braille.



O SIGNO DA CIDADE, com roteiro de Bruna Lombardi e direção de Carlos Alberto Riccelli , traz a visão que a atriz/roteiriza tem do cenário urbano paulistano. Pecebe-se no roteiro algo de Robert Altman: vários personagens, pequenas tramas paralelas que, em algum ponto, se cruzam e tem como centro o personagem principal, no caso a própria Bruna, no papel da astróloga Teca. Este foi o segundo filme dirigido por Riccelli, precedido por STRESS, ORGASMS AND SALVATION, de 2005.



Sessão imperdível para os amantes de cinema. Então não esqueça: Sexta-feira, 20/06, às 20h, no pavilhão de cinema na 17ª Fenadoce: ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA e O SIGNO DA CIDADE.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Associação descreve filmes para deficientes visuais e auditivos


18/02/2009
Por Patrícia Resende
Tornar possível a compreensão de um filme por deficientes auditivos e visuais. Esse é o objetivo da Midiace (Associação Mídia Acessível), instituição sem fins lucrativos dedicada à legendagem e audiodescrição de produções para pessoas com esses tipos de necessidades especiais. A associação atendeu aproximadamente 600 pessoas desde a sua criação, em agosto do ano passado.
O primeiro filme a receber os recursos do projeto foi o drama nacional Signo da Cidade, dirigido pelo também ator Carlos Alberto Riccelli, em junho de 2008. O trabalho de legendagem e audiodescrição foi feito por Rodrigo Campos, presidente da associação, Cíntia Araújo, Leise Abreu e Renise Santos. "A iniciativa nasceu da vontade de se colocar em prática os conhecimentos adquiridos no curso de tradução da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), mas, sobretudo, de tornar a magia do cinema acessível ao público de deficientes visuais e auditivos", declarou Campos em entrevista ao Cinema em Cena.
O trabalho feito no longa pôde ser conferido em diversas capitais, como Belo Horizonte, Salvador e São Paulo, além de várias cidades do interior. Motivado com a boa recepção do projeto, a iniciativa está sendo desenvolvida em Salvador, Fortaleza e BH, onde está a sua sede. Campos ainda completa que "por se tratar da primeira associação brasileira de audiodescritores (certificados pelas universidades) e contar com associados de várias regiões, podemos dizer que já contamos com representantes na maioria dos estados brasileiros".
Para se fazer a legendagem e roteiro da audiodescrição, é necessário o domínio de português, software para marcação de tempo e percepção audiovisual, em cinema, TV e teatro. Segundo o presidente da associação, também é preciso ter a compreensão de "o que" e "como" audiodescrever e sintaxe-chave. "Para quem deseja uma certificação acadêmica, os cursos de legendagem e audiodescrição são oferecidos nas UFMG, UFBA e UECE", informa Campos.
A associação também está desenvolvendo a “Campanha Nacional pela Audiodescrição”, que tem como objetivo a implementação do recurso em todo Brasil. Para isso, serão exibidos vídeos com artistas como Reynaldo Gianecchini, Cazé e Marcos Frota, nos cinemas e redes de televisão do país. Também faz parte da iniciativa um vídeo, gravado em outubro, com a atriz Lucélia Santos sobre a importância da audiodescrição e legendagem para os surdos, lançado no 1º Encontro Nacional de Audiodescritores, em São Paulo.
O vídeo explicativo rodado pela atriz foi patrocinado pela AeC, empresa de gerenciamento de projetos, outsourcing, consultoria, contact center e treinamento. Quando começou a desenvolver a campanha, a Midiace enfrentou problemas para arcar com os gastos das gravações, por se tratar ser uma associação sem fins lucrativos. Assim, a AeC arcou com os custos, tornando o projeto viável.

Os funcionários com deficiência auditiva e visual da empresa também têm a oportunidade de participar de sessões com esse recurso.
Além da campanha, a associação já fez a audiodescrição de quatro filmes estrangeiros para a Rede Globo. “Esses longas serão exibidos em cadeia nacional assim que a audiodescrição for implantada na TV”, declarou Campos.
A AeC é sócia do Cinema em Cena. ----- Crédito das fotos: Dimang Kon Beu

Encontro defende a audiodescrição na TV, Cinema e Teatro



CARINA LELLES - DA REDAÇÃO. Levar a audiodescrição para todas as salas de cinema e emissoras de televisão. Este é o objetivo do 1º Encontro Nacional de Audiodescritores realizado hoje na cidade de São Paulo. O encontro terá a participação do estado através de uma associação de Belo Horizonte e uma produtora de vídeos de Divinópolis.A audiodescrição ainda é desconhecida pelo grande público, a afirmação é do presidente da Associação Mídia Acessível (Midiace), Rodrigo Campos. A associação sem fins lucrativos irá participar do 1º Encontro Nacional de Audiodescritores.O recurso permite a inclusão de pessoas com deficiência visual em cinema, teatro e programas de televisão, onde o telespectador possa ouvir uma locução que descreve imagens, textos e demais informações visuais. No Brasil, segundo dados do IBGE, existem aproximadamente 16,5 milhões de pessoas com deficiência visual total e parcial, que encontram-se excluídos da experiência audiovisual e cênica. A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) avaliou recentemente que não havia no Brasil quantidade suficiente de mão-de-obra especializada para fazer a áudio-descrição. O presidente da Midiace, Rodrigo Campos, rebate esta avaliação. Segundo ele, um estudo realizado em Brasília garantia a formação de pelo menos 160 audiodescritores por ano em todo o país. “Se revogar não é por falta de profissionais”, afirma Campos.A revogação, citada pelo presidente da Midiace, é sobre a portaria publicada no Diário Oficial da União, pelo Ministério das Comunicações estabelecendo que até 31 de outubro, as emissoras de TV brasileiras deveriam oferecer duas horas diárias com o sistema de audiodescrição. Porém, no último dia 14 de outubro, o Ministro da Comunicação, Hélio Costa, assinou portaria 661 que no Artigo 4º “Fica suspensa a aplicação dos subitens 7.1 e 9.1 da Norma Complementar nº. 01/2006, aprovada pela Portaria nº. 310, de 27 de junho de 2006, publicada no Diário Oficial da União nº 122, de 28 de junho de 2006, no que se refere à obrigatoriedade de adaptação e veiculação na programação exibida pelas exploradoras do serviço de radiodifusão de sons e imagens e do serviço de retransmissão de televisão do recurso de acessibilidade de que trata o subitem 3.3 da mesma Norma”.VídeoHoje será apresentado no encontro um vídeo explicativo que foi produzido pela Cinemarketing Filmes de Divinópolis. O vídeo conta com a participação da atriz Lucélia Santos e do VJ Cazé Peçanha que gravaram depoimentos de áudio e vídeo que integrarão essa campanha. Na próxima semana será a vez de Reynaldo Gianecchini e Camila Morgado gravarem seus depoimentos. O diretor audiovisual, Guto Aeraphe, conta que o convite partiu de Rodrigo Campos e que após conhecer o projeto abraçou a causa. Ele ainda explica que a campanha será dividida em duas partes: a primeira é o vídeo explicativo para ser apresentado em encontros e conferencias e o segundo será a campanha publicitária para salas de cinema, televisão e teatro.

sábado, 31 de janeiro de 2009

Detalhes quanto a Audiodescrição


1. Levando-se em consideração o estado da técnica, qual é o conceito mais atual e adequado para audiodescrição no âmbito dos serviços acima mencionados?

Audiodescrição é, bem como a legendagem para surdos ou closed caption, um modo de tradução audiovisual com vistas à acessibilidade para cidadãos deficientes visuais. Por se tratar da tradução da imagem em palavras, ela também se caracteriza como uma tradução intersemiótica. Em termos práticos, a Audiodescrição é o áudio extra, integrado ao som original do produto audiovisual, contendo descrições de cenários, expressões faciais e corporais dos personagens, ações, figurinos, entradas e saídas de personagens, movimentações em geral e demais elementos relevantes para a captação e compreensão do conteúdo visual da obra por pessoas impossibilitadas de usufruir total ou parcialmente de tal conteúdo. A audiodescrição deve ser inserida preferencialmente nos intervalos dos diálogos e ruídos importantes, podendo ser (i) gravada, sincronizada com as imagens, após roteirização, revisão e preparo para gravação, ex. filmes; (ii) ao vivo, roteirizada, e lida no momento de exibição, ex. teatro, espetáculo de dança, festival de filmes; (iii) ao vivo, simultânea, onde o roteiro detalhado não existe, e a audiodescrição é feita na hora, ex. todos os programas ao vivo na televisão.

2. Haja vista a diversidade de programação na televisão brasileira, quais os tipos de conteúdos passíveis de serem audiodescritos? E quais os não adequados, caso existam?

Todos os programas televisivos podem ser audiodescritos. Não existem programas inadequados à audiodescrição, e sim os que demandam maior ou menor quantidade de descrições, conforme suas características.


3. Dentre as tecnologias conhecidas, tais como o Programa Secundário de Áudio (SAP), Internet Protocol (IP), radiodifusão e redes de telefonia fixa e móvel, qual seria a plataforma mais apropriada para a aplicação da técnica de audiodescrição dentro da realidade nacional?

A plataforma mais apropriada para aplicação técnica da audiodescrição é o programa secundário de áudio - SAP. Esta plataforma oferece som de qualidade e sincronismo, além de já estar funcionando no Brasil. Deve se ressaltar, ainda, o fato de que grande parte dos aparelhos de tv disponíveis já possuem tecnologia para a recepção do SAP. Essa última frase eu diria “Vale ressaltar que grande parte dos aparelhos de tv disponíveis, pelo menos de quase 10 anos para cá, possuem tecnologia para a recepção do SAP.”
Todos os critérios já existentes e favoráveis à implantação da audiodescrição pela plataforma SAP permitem a imediata inclusão do usuário. Caberia às emissoras apenas a disponibilização do sinal SAP em estados e cidades em que ainda não o tenha disponibilizado.
Para aplicações futuras, como a implementação da televisão digital, conforme os artigos 52 e 56 do Decreto 5296/04, os canais de áudio específicos para a transmissão da audiodescrição já estarão contemplados.
Não é plausível o uso de radiodifusão de sons, em razão da necessidade de aquisição de equipamentos e de concessão de canal específico – que pode não estar disponível em todas as áreas territoriais.
A telefonia fixa ou móvel não oferece som de boa qualidade. Já quanto ao IP, não pode ser considerado radiodifusão e necessita de acesso a uma banda de internet específica – que gera custos tanto para o transmissor quanto para o usuário - além de não ser uma via segura de transmissão de dados.
É importante destacar que a radiodifusão, o IP e as redes de telefonia fixa e móvel não são de amplo acesso da população, não oferecem som de boa qualidade, não oferecem condições adequadas para apreensão e fruição do produto audiovisual, além de não garantir o sincronismo com a programação. No momento pensamos que a lei trata principalmente dos meios de comunicação de massa, sendo a televisão seu principal meio. Portanto, pensamos na implementação da AD como um processo gradual, onde as horas de transmissão irão aumentando, bem como as plataformas de transmissão se multiplicando à medida em que a audiodescrição vá se estabelecendo e fazendo parte do dia-a-dia e das necessidades dos deficientes visuais. Neste processo, iremos descobrindo a programação de preferência, horários mais adequados, etc.


4. Diante de experiências bem sucedidas internacionalmente com relação à audiodescrição e das eventuais dificuldades para a sua implementação, bem como soluções para as mesmas, quais os modelos que deveriam ser considerados na definição das políticas nacionais?

A política nacional é responsabilidade do Estado, em resposta à demanda social. Ela obedece aos preceitos constitucionais e a todo marco legal existente no país, que garantem o direito à acessibilidade, incluindo o direito à comunicação e à informação.
O Decreto Legislativo 186/2008 – Convenção sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência – adotado no Brasil com equivalência a emenda constitucional, trata no preâmbulo, no artigo 3º e no artigo 9º trata da acessibilidade, incluindo à comunicação e informação que tem que ser oferecida às pessoas com deficiência em igualdade de oportunidade com as demais pessoas.
Especificamente no artigo 30, a Convenção destaca “os Estados Partes reconhecem o direito das pessoas com deficiência de participar na vida cultural em igualdade de oportunidades com as demais pessoas, e tomarão todas as medidas apropriadas para que as pessoas com deficiência possam: (...) ter acesso a programas de televisão cinema, teatro, e outras atividades culturais, em formatos acessíveis”.
Sendo assim, o Brasil já possui uma política pública definida para a implementação de todos os recursos de acessibilidade, e o modelo adotado é resultado do estágio de desenvolvimento tecnológico em que se encontra a sociedade brasileira.
Conclui-se, então, que a implantação da audiodescrição deve ser feita através do programa secundário de áudio – SAP, de forma progressiva como previsto anteriormente.por já ser um recurso conhecido e aplicado, o que facilitaria para o usuário-alvo.


5. Qual o impacto, do ponto de vista econômico, que as diversas possibilidades de aplicação do recurso de audiodescrição podem gerar para os usuários e prestadores? Qual o melhor custo-benefício, levando em conta, inclusive, a implantação do Sistema Brasileiro de Televisão Digital Terrestre (SBTVD-T)?

Para os usuários, no caso da TV analógica, estabelecido que a audiodescrição será disponibilizada pelo Programa Secundário de Áudio - SAP, praticamente não haverá custos, visto que a grande maioria dos aparelhos de televisão já dispõe da opção SAP. Quando se fala em TV digital, é preciso que se desenvolvam tecnologias próprias, desde agora, para que se minimize os custos de adaptação dos equipamentos já homologados e da implementação nos novos equipamentos que vierem a entrar em operação, conforme a previsão da norma regulamentadora em vigor (artigo 56, Decreto nº 5296/04).
Para as prestadoras de serviço de radiodifusão de sons e imagens, haverá investimento em tecnologia necessária para a transmissão do áudio secundário. Porém entende-se que esses custos serão diluídos entre os anunciantes, patrocinadores e consumidores finais, inclusive criando novos modelos de negócios por meio desse recurso.
Faz-se necessário destacar, ainda, que com a implementação da audiodescrição haverá a inclusão de um numero significativo de telespectadores atualmente sem acesso suficiente à informação, comunicação, cultura e lazer. Tais telespectadores irão incrementar o mercado consumidor de todas as empresas anunciantes nesse meio de comunicação. Portanto, além de garantir um direito indiscutível, a audiodescrição causará um impacto econômico positivo.


6. Diante das possibilidades e das plataformas disponíveis, quais as adaptações técnicas necessárias para a implantação do recurso sob a ótica de usuários e prestadores? Há tecnologia nacional disponível?

No caso da tv analógica, há anos os aparelhos receptores de TV possuem o recurso do SAP, tecnologia simples que já é utilizada por várias emissoras para transmissão eventual de áudio secundário. Portanto, para o usuário, a adaptação técnica é praticamente inexistente.
A adaptação técnica necessária do recurso, sob a ótica dos prestadores, é uma operação simples que envolve a instalação de equipamentos específicos para as transmissões e geração de áudio SAP, caso não os possuam (várias já disponibilizam o recurso).
Com relação à TV digital, será necessário o desenvolvimento de tecnologia que permita disponibilizar canal de áudio específico para a audiodescrição, que já deveria estar sendo providenciado.


7. Para a boa aplicação do recurso, qual a mão-de-obra necessária e o capital intelectual a ser utilizado?

Atualmente, no Brasil, já existem especialistas na área, que produzem e pesquisam a audiodescrição junto a seu público-alvo e formam profissionais na área. Há também algumas iniciativas privadas de empresas que investem na acessibilidade. Para a implementação inicial da audiodescrição, estes profissionais poderão suprir a oferta exigida pela lei. Paralelamente, mais audiodescritores estarão sendo formados.
É conveniente destacar que foram promovidas ações para a formação dessa mão-de-obra qualificada, conforme acordado em reunião realizada entre o Ministério das Comunicações, representantes do setor de radiodifusão, do setor de produção de audiodescrição, do Comitê Brasileiro de Acessibilidade e da União Brasileira de Cegos em 23/07/08, citada na Portaria 466/08..Podemos ilustrar aqui o trabalho desenvolvido nas instituições de nível superior UFBa, UECE e UFMG. Uma vez que a audiodescrição é considerada um modo de tradução audiovisual, especialistas na área já a introduziram nestas instituições. Desde 2004 a Profa. Eliana P. C. Franco pesquisa a audiodescrição na UFBa, com grupo certificado pelo CNPq. A partir de 2005, a Profa. Vera Lúcia Santiago Araújo, da UECE, também iniciou suas pesquisas e implementou o curso de tradução audiovisual na UFMG, onde a audiodescrição passou a ter destaque como módulo e posteriormente como curso de especialização, e também, na PUC-Minas e na UERN. A professora também está implantando um curso de especialização de tradutores na UECE, além de possuir financiamento de agências de fomento à pesquisa (CAPES, CNPq, FAPEMIG e FUNCAP) e instituições financeiras (BNB). Junto com a CAPES, um projeto de cooperação acadêmica coordenado pelas profesoras Célia Magalhães (UFMG) e Vera Santiago (UECE) visa à formação de pesquisadores e profissionais na área de áudiodescrição. O projeto tem duração prevista de 5 anos Eliana Franco e Vera Santiago formaram em 2008 120 audiodescritores certificados por essas instituições. Também nesse ano, as duas professoras e o especialista Rodrigo Campos, da UFMG, formaram a primeira associação de audiodescritores do Brasil, a MIDIACE – Associação Mídia Acessível (http://www.audiodescricao.net/) que tem promovido a audiodescrição de várias formas, além de já ter estabelecido padrões de normas e roteiro. O interesse na formação continua bastante grande, o que nos possibilita afirmar que possamos atender à demanda do mercado.
Com relação ao capital intelectual, são necessárias competências variadas de acordo com as diferentes etapas do processo de produção da audiodescrição. Todas essas etapas, com exceção do técnico de mixagem, são exploradas nos cursos mencionados.
Os audiodescritores precisam, inicialmente, ter acesso a um conhecimento específico sobre o conceito, (histórico, panorama brasileiro, técnicas tirar), as diretrizes nos variados países para, numa segunda etapa, adequá-las ao Brasil por meio da prática da audiodescrição e revisão, que constitui o foco central dos cursos acima. Na prática, é enfatizado o modelo de roteiro adotado e o processo de gravação. As habilidades necessárias para a roteirização (domínio do português, domínio do software para marcação de tempo, seleção de ‘o quê’ e ‘como’ audiodescrever, sintaxe-chave do texto, percepção audiovisual – em TV, cinema e teatro, ) são todas introduzidas pela prática nos cursos.
Na prática da gravação da audiodescrição ou da audiodescrição ao vivo (roteirizada e simultânea), é enfocada a familiarização com o estúdio, com o aparelho fonador, e com o ritmo do produto audiovisual. Apesar de o audiodescritor-narrador ser um elemento à parte do enredo, sua entonação tem que seguir um pouco o ritmo da obra (por ex. um filme de ação exige uma narração que acompanhe seu ritmo, ou o suspense, e não combina com uma narração suave e lenta).
Para a mixagem dos sons e ajustes de volumes é necessário que o profissional editor de som esteja a par das técnicas de ajustes especificos para a audiodescrição. Numa situação ideal, é recomendado que um audiodescritor acompanhe a gravação e mixagem, a fim de que resolva dúvidas de última hora. Obviamente, na AD ao vivo, isso não se aplica.


8. Qual o custo médio envolvido para a produção de um conteúdo audiodescrito, levando-se em consideração todas as possibilidades técnicas e tecnologias disponíveis?

O custo médio da produção da audiodescrição depende de muitas variáveis e só pode ser estabelecido mediante a análise do trabalho a ser feito. Pode variar de acordo com o conteúdo audiovisual, as necessidades técnicas de entrega e recebimento do material audiodescrito, o tipo de audiodescrição a ser produzida (gravada, ao vivo roteirizada ou ao vivo simultânea), os prazos de produção, o volume de trabalho a ser realizado, entre outros aspectos.
As etapas que envolvem a produção de audiodescrição e que estão contempladas nesta previsão são: recebimento de material, estudo da obra, produção de roteiro, revisão, ajustes e ensaios, gravação de voz em estúdio, edição de som, mixagem do som original da obra com a audiodescrição, finalização e entrega do material em suporte solicitado.
Sendo assim, o valor estimado pode variar entre 3 e 6 mil reais por hora de programação gravada; entre 2 e 3 mil reais por hora de programação ao vivo roteirizada; e, entre 1 e 2 mil reais por hora de programação ao vivo, simultânea. Uma outra alternativa seria, uma vez estabelecida a programação mensal, fechar o preço por um pacote, após analisadas as características do produto audiovisual mencionadas acima.


9. A imposição de cotas na programação, inclusive em horários predefinidos, é benéfica aos destinatários das políticas de acessibilidade?

A adoção de políticas de cotas de implantação progressiva da audiodescrição na programação é benéfica aos destinatários e necessária para permitir que as emissoras de televisão promovam as adequações em sua logística de produção de programas. Também destina-se à formação de profissionais capacitados em conformidade com o incremento da demanda do mercado.
O estabelecimento de horários tem por objetivo fazer com que as emissoras contemplem públicos variados, atendendo crianças, jovens e adultos. Também permite que todos tenham acesso à diversidade de temas oferecidos, bem como a adequação da grade de programação de cada emissora, até que a programação com o recurso de audiodescrição seja a mais completa possível.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Profissional da Audiodescrição




Rodrigo Campos é audiodescritor formado pela UFMG e tem em seu currículo trabalhos como os filmes "O Signo da Cidade" de Carlos Alberto Riccelli, "Ensaio sobre a cegueira" de Fernando Meirelles, "O Orfanato" de Guillermo Del Toro, "Alex Rider" de Geoffrey Sax . É presidente fundador da Midiace - Associação Mídia Acessivel, primeira associação de audiodescritores do Brasil. É criador, roteirista e produtor da Campanha Nacional pela Audiodescrição, bem como um dos roteirista e produtor do vídeo "Audiodescrição e legendagem para surdos", estrelado pela atriz Lucélia Santos.

Campanha Nacional pela Audiodescrição



Foram gravados no dia 12 de outubro de 2008 os dois primeiros vídeos da Campanha Nacional pela Audiodescrição. Participaram das gravações a atriz Lucélia Santos, o VJ Cazé Peçanha e o audiodescritor idealizador da campanha Rodrigo Campos. As gravações ocorreram nos estúdios da TV Cultura em São Paulo.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

O Signo da Cidade - Versão Audiodescrita e Legendada

Foi realizada em 21 de setembro de 2008, no Teatro da Vivo em São Paulo, a sessão audiodescrita e legendada do filme "O Signo da Cidade" em comemoração ao Dia Nacional da Luta dos Deficientes. A sessão contou com as presenças de Bruna Lombardi, Carlos Alberto Riccelli e do audiodescritor Rodrigo Campos, responsável pelo trabalho.




Audiodescription

Audio Describers weave spoken narration around dialogue, sound effects and sometimes music, to give a continuous description of what appears on screen. Audio description makes cinema accessible to blind or partially sighted audiences by describing characters and what they look like (including their costumes, movement and gestures), and locations, props, action, etc. These very detailed descriptions bring the cinema experience to life. In Cinemas audio description is provided using headphones, which allow the audience to vary sound levels according to their requirements; for home viewing additional soundtracks are available on DVDs. Audio Describers usually work on a freelance basis for Facilities Houses. They are selected by Distributors from a variety of different voices; selection is based on the specific requirements of each film. They usually work on television as well as film productions. What is the job?Audio Describers work on computers using a specially developed program, which simultaneously displays the film script, actual film images, and time code, enabling them to write their own narration according to precise timings, or in gaps between the dialogue, music and sound effects. Once the audio description script has been prepared, Audio Describers spend several days in a recording booth, ensuring that the descriptions are narrated precisely so that words are not lost or clipped. Each description is recorded onto a computer sound file and mixed on a specific soundtrack, which is reviewed by the Distributor. If any mistakes or mispronunciations are identified, they must be corrected by Audio Describers in the recording booth. They may also be required to write narrations for films that other Audio Describers record.Typical career routesAlthough there are no typical career routes for Audio Describers, they may come from a broadcasting or acting background, or they may be graduates with a keen interest in film and television, and/or in blind or partially sighted people. Audio post production houses prefer to train their own Audio Describers, and advertise for trainees in the national press and on their websites. Essential knowledge and skillsA good knowledge of film and television is an advantage. Computer literacy is also required. Key Skills include:Excellent writing skillsStrong vocal skills and a pleasing voiceStrong aural skillsExcellent communication skillsA good sense of timing Knowledge of the requirements of the relevant Health and Safety legislation and proceduresTraining and qualificationsAlthough there are no specific qualifications or training for this role, most Audio Describers are graduates of English, Arts, Film Studies, Media Studies, etc. Training is provided by Access Facilities companies who recruit their own Audio Describers. The University of Surrey offers an MA in Monolingual Subtitling and Audio description.Individual course accreditation in certain subject areas is currently being piloted. As part of Skillset's and the UK Film Council's Film Skills Strategy, A Bigger Future, a network of Screen Academies and a Film Business Academy have been approved as centres of excellence in education and training for film. For more information, please log onto the Skillset website.Where to go for more informationSkillset is the Sector Skills Council for the Audio Visual Industries. The first sources of information for all jobs in the industry are the National Occupational Standards. For information about training, links to the Skillset network of training partners, and access to the comprehensive Skillset/BFI course database, visit the website http://www.skillset.org/. Skillset Careers is the UK's only specialist media careers advice service; for detailed media careers information and advice, visit the website www.skillset.org/careers WebsitesThe Royal National Institute for the Blind offers information on Audio Description RNIB (Royal National Institute for the Blind)University of Surrey University of SurreySeveral access post production houses specialise in subtitling ims-mediaitfc itfcFor listings of all cinemas with audio descriptions and subtitling facilities, plus a free e-mail service of forthcoming film releases etc. Your Local CinemaAn invaluable resource for sound and film Film SoundSonic Arts Network sonic arts networkFor innovations in sound recording technology zaxcomThe Institute of Broadcast Sound Institute of Broadcast SoundThe Association of Motion Picture Sound Association of Motion Picture Sound (AMPS)The Association of Professional Recording Studios Association of Professional Recording Services (APRS)The Audio Engineering Society, an US-based website with a thriving UK section Audio Engineering SocietyPublicationsSound Design: The Expressive Power of Music, Voice and Sound Effects Cinema. 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